2025
É TUDO FRICÇÃO: FICÇÕES DE CARNE, OSSO, MADEIRA, TINTA E PAPEL
exposição individual de Julia Contreiras
texto de apresentação de Augusto Sampaio
abril, maio 2025




Primeira exposição individual da artista Julia Contreiras, apresenta o estado atual da sua pesquisa em xilogravura, iniciada em 2014 em oficinas coletivas, como o Sesc Pompéia. O conjunto da exposição é formado por duas séries principais: "Quatro movimentos de um corpo esquartejado", de 2024, em que a artista experimenta o desmembramento da forma do corpo no espaço de quatro chapas de matriz e cria um jogo de combinações a partir da sobreposições de camadas impressas no processo da matriz perdida; "Frições", série de impressões desenvolvidas a partir da pinturas corporais da chapa de madeira com tinta guache, gravação dessas pinturas e posterior impressões sucessivas em que esses registros corporais criam paisagens e caleidoscópios de possíveis corpos gráficos. No conjunto de impressões, a artista expôs esse processo de fricções dos corpos de carne e osso, madeira, tinta e papel sugerem ficções do seu modo de ver.
2024
BAMBAS DA BARRA FUNDA
Iniciativa Negra
fevereiro, março 2024
A ocupação "Bambas da Barra Funda", realizada pela Iniciativa Negra no BANANAL, foi uma intervenção cultural e artística que teve como objetivo destacar e celebrar as contribuições da comunidade negra para a construção da identidade cultural de São Paulo, especialmente no bairro da Barra Funda. Durante a ocupação, o espaço foi transformado em um ponto de encontro, de reflexão e de resistência, dando visibilidade ao samba como simbolo do povo preto.
Com o nome "Bambas da Barra Funda", a ocupação fez referência direta aos mestres do samba que marcaram a história do bairro e da cidade, ressaltando o papel fundamental da música como meio de resistência e afirmação cultural. Através de uma programação que envolveu apresentações ao vivo, oficinas, rodas de conversa e exposições, a iniciativa não só homenageou as figuras icônicas do samba e da cultura negra, mas também abriu espaço para novas gerações de artistas e pensadores da periferia, promovendo um ambiente de troca e fortalecimento das memórias e das raízes culturais do bairro. A ocupação foi uma verdadeira celebração da resistência e do poder criativo da comunidade negra, reafirmando a importância de manter vivas as tradições culturais e de lutar pela valorização e o respeito aos legados históricos que formaram a cidade de São Paulo.
EL BAILADO PARA EL TIO
Ocupação Carolina Velazquez
Curadoria Cadu Gonçalves e Ana Paula Lopes
setembro 2024

A exposição "EL BAILADO PARA EL TÍO", da artista de ascendência boliviana Carolina Velazquez, com curadoria de Cadu Gonçalves e Ana Paula Lopes, foi realizada no BANANAL em 2024. A mostra apresentou uma imersão poética na pesquisa da artista sobre os Fabulosos, personagens míticos da tradição boliviana que transitam entre o real e o imaginário.
Através de uma série de obras que combinam pintura, escultura e instalação, Velazquez explorou a figura do tio como arquétipo ancestral, símbolo de resistência e memória cultural. Sua pesquisa dos Fabulosos revela uma busca por resgatar e celebrar as narrativas orais e visuais que formam a base da identidade boliviana, ao mesmo tempo em que questiona as dinâmicas de poder e representação na arte contemporânea.
"EL BAILADO PARA EL TÍO" convidou o público a adentrar um universo simbólico onde o sagrado e o profano se entrelaçam, oferecendo uma reflexão sobre as formas de resistência cultural e a importância da preservação das tradições na formação da identidade coletiva.
IMAGINÁRIOS EM USO
exposição coletiva de 7 artistas e dois coletivos do Brasil, Chile, México e Argentina
curadoria de Federico La Puente
julho 2024




A exposição IMAGINÁRIOS EM USO, realizada em julho de 2024, foi uma mostra coletiva que reuniu o trabalho de sete artistas e dois coletivos provenientes de Brasil, Chile, México e Argentina, com curadoria de Federico La Puente. Através de uma rica diversidade de linguagens e abordagens, a exposição propôs uma reflexão sobre como os imaginários coletivos e individuais foram moldados, usados e transformados em tempos de intensas mudanças sociais, culturais e políticas.
Cada obra apresentou uma interpretação única do conceito de "imaginário", explorando as formas como as imagens, mitos, histórias e símbolos foram utilizados para entender e resistir às realidades contemporâneas. Seja por meio de instalações, pinturas, vídeos ou performances, os artistas e coletivos participantes construíram narrativas que transitaram entre o real e o simbólico, questionando as formas tradicionais de representar o mundo e o papel da arte na construção de novas possibilidades de pensar e agir no presente. IMAGINÁRIOS EM USO ofereceu ao público uma oportunidade de experimentar e refletir sobre os múltiplos imaginários que atravessam as sociedades latino-americanas, colocando em jogo questões de identidade, resistência e transformação social.
TRABALHAR CANSA
exposição individual de Pablo Vieira
curadoria de Carolina Laureano
maio 2024




A exposição "TRABALHAR CANSA", primeira mostra individual do artista Pablo Vieira, com curadoria de Carolina Laureano, será realizada em maio de 2024 no BANANAL. Com esta exposição, Pablo Vieira propõe uma reflexão crítica sobre a exaustão física, emocional e simbólica causada pelas demandas do trabalho — uma condição que transcende os limites da rotina comum e atinge de forma profunda os corpos e as mentes dos trabalhadores, incluindo os do campo da arte. "TRABALHAR CANSA" investiga as implicações do trabalho na contemporaneidade, não apenas como um processo de produção, mas também como uma forma de alienação que impacta o indivíduo, sua identidade e seu lugar dentro do sistema capitalista.
Por meio de uma prática artística que transita entre escultura, instalação e pintura, Pablo Vieira oferece uma crítica aos sistemas da arte contemporânea, onde o trabalho do artista é muitas vezes reduzido a uma mercadoria e a auto-imagem do criador se torna um produto a ser consumido. A exposição questiona o processo de venda da imagem do artista, a comercialização do sofrimento e da autenticidade e a exigência de que o artista se torne não apenas criador, mas também um "trabalhador cultural" que precisa ser constantemente visível e produzindo para ser validado. Sob a curadoria de Carolina Laureano, a mostra convoca o público a refletir sobre as dinâmicas de exploração presentes não apenas no mercado de trabalho em geral, mas também no contexto da arte, onde a produção e a imagem do artista se tornam elementos de um jogo implacável de consumo e visibilidade. Em "TRABALHAR CANSA", Pablo Vieira convida todos a perceberem as consequências desse sistema, destacando o desgaste humano e o preço invisível do trabalho criativo.
GRAVADAS NO CORPO
exposição coletiva de mulheres gravuristas
curadoria Ana Carla Soler
27.03.2024 - 21.04.2024




A partir de 27 de março (quarta-feira) às 17h, o Bananal Arte e Cultura Contemporânea, recebe a exposição Gravadas no Corpo, com curadoria de Ana Carla Soler, que reúne trabalhos de 27 artistas contemporâneas que investigam o corpo a partir da gravura e dos processos gráficos. A mostra se inspira em aspectos do conjunto de obras da gravurista alemã Käthe Kollwitz para encontrar a estrutura em três eixos: "Representação e autorrepresentação", que traz trabalhos que tomam as imagens das próprias artistas como base para a gravação, "Onde cabe o corpo", que trata de características político-sociais a partir do corpo feminino, e "Narrativas gravadas", com obras que surgem tendo como referência a contação de histórias, obras literárias, contos, poesias e ditos populares.
ARTISTAS: Anabel Antinori, Ana Calzavara, Ana Clara Lemos, Ana Fátima Carvalho, Andrea Hygino, Andrea Sobolive, Angela Biegler, Barbara Sotério, Beatriz Lira, Bruna Marassato, Camila Albuquerque, Catarina Dantas, Cleiri Cardoso, Elisa Arruda, Eneida Sanches,
Gabriela Noujaim, Hully Roque, Julia Bastos, Julia Contreiras, Letícia Gonçalves, Leya Mira Brander, Luciana Bertarelli, Luiza Nasser, Marina De Bonis, Nara Amelia, Natali Tubenchlak, Patricia Brandstatter
2023
NO CAMINHO ENTRE DOIS HÁ TUDO QUE ATRAVESSA
exposição individual Mônica Chan
curadoria de Clarissa Ximenes
novembro 2023




Na exposição "No Caminho Entre Dois Está Tudo Que Atravessa", a artista paulista de ascendência chinesa Mônica Chan nos convidou a refletir sobre a complexa relação que estabelecemos com o Tempo, um tempo que não se mede cronologicamente, mas que se manifestava como uma ordem natural do universo. Através de uma produção plástica rica e poética, Mônica explorou a sabedoria individual adquirida em sua vivência com o mundo, inspirada por conceitos da filosofia oriental, particularmente pelo "Tao" (ou "Dao"), palavra chinesa que remete a ideias de caminho, rota e ordem universal. Influenciada pelas cosmogonias orientais, a artista propôs uma visão do tempo que era fluida e atemporal, distante do cartesianismo ocidental.
A obra de Mônica Chan se desdobrou em camadas de imagens e símbolos, evocando sentimentos de imensidão e reflexão profunda, semelhantes à experiência de olhar para um horizonte distante. Ao organizar o passado, o presente e o futuro em sobreposições poéticas, a artista dissolveu os limites entre dentro e fora, entre o pessoal e o universal. Com essa proposta, ela convidou o público a mergulhar em paisagens internas e externas, a atravessar seus caminhos simbólicos e a buscar, na observação do mundo e na vivência do momento presente, uma compreensão mais profunda da ordem cósmica. Cada obra de Mônica foi uma rota, um canal (道), construído a partir de sua experiência de vida, mas que ressoava com todos que se aventuraram a entrar em contato com sua arte.
DIORAMA
exposição anual coletiva dos artistas do BANANAL
Curadoria de Ruy Luduvice
setembro e outubro 2023




Diorama, a exposição anual coletiva dos artistas do BANANAL, realizada entre setembro e outubro de 2023, apresentou um panorama vibrante e multifacetado da produção contemporânea do coletivo. Sob a curadoria de Ruy Luduvice, a mostra trouxe uma reflexão sobre o processo de construção de narrativas visuais, evocando a ideia de "diorama" como uma representação tridimensional que propõe novas perspectivas sobre o espaço, o tempo e a memória. Cada obra da exposição foi uma janela para diferentes mundos, transbordando dos limites da sala expositiva e convidando o público a entrar em um universo plural, repleto de significados e sentimentos.
A exposição reuniu as diversas linguagens e poéticas que permeiam o trabalho dos artistas do BANANAL, proporcionando uma experiência imersiva que envolveu o público em um diálogo intenso com as questões que atravessam a arte, a cultura e a identidade. O diorama, enquanto conceito curatorial, serviu como metáfora para a criação de realidades alternativas e representações de mundos que, embora tangíveis, podem nos transportar para reflexões mais profundas sobre as complexidades da contemporaneidade. Ao reunir essas obras em um único espaço, Diorama não apenas celebrou as individualidades dos artistas, mas também fortaleceu a noção de coletividade e a importância de se pensar o presente através das múltiplas lentes da arte.
Texto de curadoria
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1BQDYGnSBrVsMVRv4DjLyEPY6F5Olmigp
GEOPRÓPOLIS
exposição de João Machado
com curadoria de Khadigy Fares e Aracy Benites
agosto, 2023




Geoprópolis, exposição individual de João Machado, com curadoria de Khadigy Fares e Aracy Benites, propôs uma investigação poética e sensorial sobre os vínculos entre território, ancestralidade e transformação da matéria. A partir da observação atenta do trabalho das abelhas — especialmente na produção da própolis, substância resinosa criada a partir da interação entre corpos, vegetais e ambiente — o artista desenvolveu um conjunto de obras que exploram a relação entre natureza, arquitetura e práticas coletivas de cuidado e sobrevivência.
A exposição articulou esculturas, objetos e composições orgânicas em diálogo com saberes tradicionais e cosmologias indígenas e afro-brasileiras, apontando para modos de habitar o mundo que valorizam a interdependência e o equilíbrio entre os seres. Como uma cidade construída por mãos invisíveis, Geoprópolis propôs uma reflexão sobre formas alternativas de coexistência, resistência e criação — convocando o público a acessar, através dos sentidos, um território onde o gesto artístico é também gesto de escuta, cura e pertencimento.
PORTA DE BOATE
ocupação do Acervo Bajubá
junho 2023




A exposição Porta de Boate, realizada pelo Acervo Bajubá em junho de 2023, foi uma imersão sensível e política nas memórias do transformismo e da vida noturna LGBT+ paulistana. Fruto de uma pesquisa e curadoria coletiva, a mostra resgatou histórias, práticas e afetos que atravessam gerações de artistas transformistas, evidenciando as boates como espaços de sociabilidade, criação e resistência.
Organizada em cinco eixos — toalha na cabeça, pedraria, mixtape, frasqueira e after — a exposição traçou um percurso desde as primeiras montações improvisadas com toalhas e lençóis, passando pelos bastidores das performances, os circuitos das casas noturnas e os caminhos possíveis para a continuidade dessa memória. Com registros visuais, sonoros e relatos de artistas como Victoria Principal e Gretta Starr, Porta de Boate celebrou a arte transformista como expressão de liberdade e identidade, reafirmando o compromisso do Acervo Bajubá com a preservação e valorização das culturas LGBT+ no Brasil.
Mais sobre o projeto:
https://artsandculture.google.com/story/JwVRarcxXEBM_w?hl=pt-BR
ARQUIVO KUFRA
ocupação Coletivo Coletores
maio 2023




A ocupação "Arquivo Kufra", realizada pelo Coletivo Coletores no espaço cultural BANANAL, foi uma intervenção artística que explorou as interseções entre memória, território e resistência. Através de videoprojeções, instalações e ações urbanas, o coletivo trouxe à tona narrativas ocultas e marginalizadas, questionando as estruturas de poder que moldam a cidade e suas representações.
Formado pelos artistas Toni Baptiste e Flávio Camargo, o Coletivo Coletores é conhecido por seu trabalho que combina arte urbana, tecnologia e ativismo social. Em "Arquivo Kufra", eles utilizaram projeções de imagens e textos em espaços públicos e arquiteturas simbólicas, transformando a paisagem urbana em uma tela viva que dialoga com questões de identidade, exclusão e pertencimento. A ocupação propôs uma reflexão crítica sobre quem tem direito à cidade e como as memórias coletivas são construídas e preservadas.
O projeto também se inseriu em uma trajetória mais ampla do coletivo, que ao longo dos anos tem desenvolvido trabalhos que desafiam as narrativas oficiais e promovem a visibilidade de comunidades historicamente silenciadas. "Arquivo Kufra" foi, portanto, uma continuidade desse compromisso com a arte como ferramenta de transformação social e política.
CORREDEIRA
exposição individual Luís Filipe Porto
Curadoria Clarissa Ximenes
março e abril, 2023




Corredeira foi a exposição individual do artista Luís Filipe Porto, com curadoria de Clarissa Ximenes, que propôs um mergulho sensível no universo simbólico e poético do artista, cuja criação emerge de um diálogo íntimo entre corpo, natureza e memória. Através de pinturas, objetos e intervenções espaciais, Luís Filipe transfigurou elementos da paisagem natural — como a floresta, as pedras e a água corrente — em imagens carregadas de fantasia, espiritualidade e silêncio. Sua produção se manifesta como um gesto meditativo e orgânico, onde a arte aparece como algo mágico, inexplicável e profundamente enraizado em vivências pessoais e afetivas.
Conectando suas memórias de infância em Venda Nova do Imigrante (ES) à força imagética do inconsciente coletivo, o artista construiu um campo criativo onde micro e macro se entrelaçam. As lembranças do roçado da avó, da água das cachoeiras e dos gestos cotidianos da roça se transformam em matéria simbólica, atravessadas por uma escuta atenta do invisível. Como no conto O Ovo e a Galinha, de Clarice Lispector, referência central da mostra, Corredeira revelou um percurso em direção ao mistério da criação — o "ovo" como origem, potência e enigma. A exposição foi, assim, um rito visual e sensorial sobre o tornar-se, o fluir e o existir em constante metamorfose.
NAS QUEBRADAS DO MUNDARÉU
ocupação de pesquisa sobre o samba na Barra Funda
Organização e pesquisa: Clarissa Ximenes
fevereiro 2023




A exposição Nas quebradas do Mundaréu, inspirada no disco homônimo de Plínio Marcos lançado em 1974, marcou a primeira apresentação pública de uma pesquisa em andamento conduzida por Clarissa Ximenes em colaboração com o coletivo do BANANAL. A mostra reuniu registros multimídia que destacam a importância histórica da Barra Funda como território negro e berço de manifestações culturais da diáspora africana, com especial ênfase no samba como expressão central dessa herança. A investigação, iniciada antes mesmo da criação do espaço BANANAL, foi um gesto de celebração da memória coletiva e da resistência cultural presentes nas raízes desse território.
O recorte curatorial evidenciou o papel fundamental do Largo da Banana como marco zero do samba paulistano e espaço de nascimento dos primeiros cordões carnavalescos populares na década de 1920. Esses coletivos culturais, formados como espaços de articulação política e comunitária, se contrapunham aos modelos elitistas do carnaval europeu e ajudaram a consolidar o carnaval de rua como símbolo de identidade e resistência negra. Ao se aproximar desse legado territorial e simbólico, a exposição reafirmou o compromisso do BANANAL com a preservação da memória e valorização das coletividades que moldaram e seguem moldando a riqueza cultural da Barra Funda.
2022
E SE NADA HOUVESSE ENTRE NÓS
exposição dos artistas Bruna Amaro, Bruna Ximenes, Carmen Garcia, Gabriel Urasaki, Julia Contreiras, Leonardo Matsuhei, Luis Filipe Porto, Mônica Chan e Coletivo Foi à Feira
curadoria de Clarissa Ximenes
5.11.2022 - 4.12.2022




Exposição coletiva que inaugurada no dia 5 de novembro celebra um ano de espaço cultural colaborativo na Barra Funda.
E se nada houvesse entre nós é uma exposição coletiva proposta e construída por duas novas e contemporâneas iniciativas: o BANANAL e a Residência das Plantas, um programa de imersão em territórios não urbanos para artistas que acontece em diferentes localidades. Com desejo de ampliar repertórios, estéticas, poéticas, experimentações e principalmente a comunhão coletiva em um ambiente não urbano, xs artistas que participam da mostra e ocupam os ateliês do BANANAL – Bruna Amaro, Bruna Ximenes, Carmen Garcia, Gabriel Urasaki, Julia Contreiras, Leonardo Matsuhei, Luis Filipe Porto, Mônica Chan e Coletivo Foi a Feira – se deslocaram em julho para uma imersão de duas semanas na Silo Arte Latitude Rural, instituição e laboratório artístico-ambiental localizado na Serrinha do Alambari (RJ).
FUJA LOKO | PARA ONDE VAI O FLUXO?
Exposição dos artistas Badarós, Yori Ken e Paulestinos
Organizado pelo coletivo Birico
8.10.2022 - 23.10.2022


A exposição FUJA LOKO! PRA ONDE VAI O FLUXO?, realizada em parceria com o Birico, rede de solidariedade entre artistas de diferentes contextos sociais atuante na Cracolândia, apresentou trabalhos potentes vindos da arte produzida nas ruas do centro de São Paulo. A mostra destacou expressões criadas em meio ao fluxo cotidiano da cidade, com a leitura performática da publicação Dizeres da Rua, feita por Danee Amorim e MC Docinho, além de poemas lidos por Daniel Mello e um set da artista Paola Ribeiros. A publicação teve capas produzidas pelo coletivo Dulcinéia Catadora, com arrecadação revertida para apoio a catadoras de recicláveis.
Entre os destaques estavam as obras de Yori Ken e Badaros, dois artistas do território que utilizam materiais descartados como suporte criativo. Badaros, artista indígena nordestino, combinou pintura xamânica e objetos tridimensionais com referências afro-indígenas, enquanto Yori trabalhou com pintura não-figurativa sobre tacos de madeira, criando fluxos vibrantes de cor a partir de esmalte, pasta de dente e tinta acrílica. A exposição também contou com os lambes do coletivo Paulestinos, formando um conjunto visual que celebrou a resistência, a criatividade e a força simbólica da arte feita nas ruas.
AGLOMERAÇÃO
exposição coletiva de fotografia com: Arthur Roessle, Diego Di Carvalho, Diva Nassar, Ian Leite, Mädchen Vivi, Marcelo Santos, Plinio Higuti, Samuel Alexandre
3.09.2022 - 25.09.2022


A exposição AGLOMERAÇÃO reúniu trabalhos de oito artistas com trajetórias diversas que se apropriam da linguagem fotográfica de formas múltiplas – como o retrato, o fotojornalismo, a fotomontagem, a fotografia editorial e o olhar antropológico. O conjunto de obras propõe uma sobreposição de olhares atentos às experiências pessoais, culturais e temporais de quem fotografa. A fotografia, entendida aqui como algo além da técnica, é explorada em sua dimensão cotidiana, midiática e existencial. Inspirada pela reflexão de Roland Barthes, a mostra destaca a fotografia como um “certificado de presença”, revelando, por meio da luz e do gesto, uma aglomeração de narrativas e símbolos que tornam o passado presente através do olhar artístico.
HORIZONTES FUTUROS
exposição Coletivo Foi à Feira
06.08.2022 - 21.08.2022




Durante abril de 2021 o Coletivo Foi à Feira realizou uma residência artística no município de Amparo, interior de São Paulo, com a mediação da Residência das Plantas, programa voltado à imersão de artistas em territórios não urbanos. A experiência não propiciou apenas uma imersão dos corpos num ambiente incomum às suas práticas artísticas mais comuns, mas um deslocamento da escuta de preciosos materiais recolhidos por uma de suas últimas criações, o Objeto Horizonte. A instalação, comissionada pela 10ª Mostra 3M de Arte – Lugar Comum, realizada no Parque Ibirapuera em 2020, tinha como principal desejo convidar o público para refletir sobre perspectivas e sonhos para o futuro das cidades, compreendendo-as como campo coletivo.
No contexto do enfrentamento ao primeiro ano de pandemia, a obra apresentava uma estrutura esférica de estética futurista estranha à paisagem e estimulava os frequentadores a fazer uma autorreflexão, respondendo em voz alta à seguinte pergunta: “Como você sonha a cidade do futuro?”. Os depoimentos eram então registrados e simultaneamente reproduzidos em caixas de som acoplados à estrutura, criando uma paisagem sonora construída a partir de desejos e sonhos para São Paulo, construindo um manifesto a partir do campo comum e coletivo na teia urbana. Ao longo de 2021 a obra passou pelo Parque Faria Lima (zona norte), Metrô da Sé (centro) e Parque Taquaral (Campinas, SP) e recolheu mais de 10.000 depoimentos em áudio. Consolidando a experiência do Foi à Feira em promover projetos artísticos participativos, sejam estes pela elaboração de instalações urbanas que partem de proposições que instigadas pelo passado de territórios urbanos, sejam pelas proposições que caminhem para a noção de construção coletiva de futuros, esta é a primeira expositiva do grupo, marcando seus treze anos de existência.
A MESMA COISA COM OUTRO NOME É OUTRA COISA
exposição individual Carmen Garcia
Curadoria Julia Cavazzini
11.06.2022 - 23.07.2022




A exposição “A Mesma Coisa com Outro Nome é Outra Coisa” apresenta a seleção de algumas das obras da artista Carmen Garcia. A mostra é resultado da pesquisa da artista desenvolvida durante o mestrado em 2020-2022, que se propôs a analisar a própria poética através da perspectiva do uso da palavra no contexto da arte contemporânea. A exibição é um convite a analisar a linguagem fora de seu contexto, na expectativa de desvendar alguns de seus segredos. Através do que é escrito, apagado, deslocado, destacado, repetido e isolado nos trabalhos de Carmen é possível perceber a palavra como uma celebração mutável. A oportunidade de ver parte desta produção reunida é também a possibilidade de conhecer um processo de criação que acontece de forma quase oculta e bem ruidosa no cotidiano e que resulta em trabalhos que espalham pelo espaço, mas que ainda conservam em si uma estética do mistério.
Texto de curadoria: https://drive.google.com/file/d/1GL1UoiNBKFUqpx6hLmYAUmEV0_vGHDWr/view?usp=sharing
SPParis
Exposição Individual Nobru CZ
Curadoria Ana Vasconcelos e Pedro Cruz
30.04.2022 - 22.05.2022


A exposição SPPARIS foi a primeira exposição individual do artista Nobru CZ contando com aproximadamente 40 obras, usando uma representação da pixação em suportes que vão de telas, instalações e até seu próprio carro - uma investigação sobre arte automotiva em parceria com Leandro Lerdu. Múltiplas linguagens como música, teatro, dança e cinema estiveram presentes durante as três semanas de exposição.
Nobru é idealizador da grife SPPARIS, educador, pixador, músico, produtor cultural e cronista. Se inspira em em sua ancestralidade e histórico de lutas da família ligados a desenvolvimentos básicos da região de Sapopemba, Zona Leste de São Paulo, e a causas ambientais. A curadoria da programação ficou por conta de Dani Ursogrande, que também é idealizadora da grife. O objetivo do artista é provocar um questionamento e usa a Pixação para isso. Um ato que é tratado como crime ambiental pode reverter a lógica e transformar em ferramenta de reutilização de recursos e desenvolvimento social. Um movimento que é de rua dentro de uma sala limpa de galeria.
NINGUÉM PEDIU PARA EU FAZER ISSO
individual Bruna Amaro
curadoria Julia Lima
19.02.2022 - 10.04.2022




Em sua produção recente, Bruna Amaro, vem elaborando trabalhos que buscam refletir sobre o “fazer artístico” assim como a temas relacionados ao carnaval, às religiosidades e à violência de gênero. Produzidas em técnicas diversas experimentadas pela artista principalmente nos últimos anos – como o bordado, a pintura, a costura de trajes/ fantasias e estandartes – as obras apresentadas formam um conjunto pictórico de brilhos, texturas e volumes em diversos suportes. Utilizando elementos expressivos inspirados nas diferentes manifestações populares brasileiras,em especial àquelas que remetem ao carnaval, a artista apresenta e costura sua história pessoal a pautas como a crítica ao historicismo artístico branco, patriarcal e eurocêntrico, a política brasileira, as questões de gênero e as próprias dificuldades e motivações que tangem a produção artística no momento atual.
Texto curatorial: https://www.brunaamaro.com/ningu%C3%A9m-pediu-para-eu-fazer-isso
2021
ESCAPAMENTOS
coletiva dos artistas do BANANAL
curadoria Clarissa Ximenes
11.12.2021 - 06.02.2021




ESCAPAMENTOS foi uma mostra que reuniu trabalhos de artistas que se juntaram para colocar projetos de futuro no mundo, coletivamente, no BANANAL. Entre rotas de fuga traduzidas em produções visuais e elaborações simbólicas que nos alimentaram ao longo desses quase dois anos de pandemia, as obras apresentaram abre-caminhos para um espaço cultural que nasceu e é construído coletivamente. ESCAPAMENTOS foi a primeira apresentação pública desse desejo e diz respeito também à história do imóvel que ocupamos, uma oficina automotiva que funcionou durante mais de 50 anos no espaço. Nosso processo de entrada nesse terreno/casa, trouxe tanto dificuldades e desafios quanto, ao mesmo tempo, horizontes enriquecedores pautados pela troca e pelo encontro, seja entre os 10 artistas que fazem parte do projeto, seja no contato com os moradores do bairro, que desde o primeiro dia, mostraram-se parceiros, solícitos e colaboradores desse trabalho. Assim, a exposição inaugurou não apenas um espaço, mas as vozes poéticas de uma geração de artistas que reivindica seu direito ao trabalho, ao sonho e ao futuro, posto em cheque constantemente no país em que vivemos.
ARTISTAS: Bruna Ximenes, Bruna Amaro, Carmen Garcia, Coletivo Foi à Feira, Gabriel Urasaki, Júlia Contreiras, Juliana dos Santos, Luis Filipe Porto, Leonardo Matsuhei, Paulo Delgado, Monica Chan



